Elaine Vilella Campos.
Depois de um dia intenso, como intensos eram todos os dias no Pier de Ipanema. Encontros, desencontros, festas, música, novidades, rodinhas de papos animados, ou apenas para apreciar o mar, os surfistas pegando onda, ou o colorido mais bonito da praia de Ipanema. Sim, porque ali em Ipanema também tudo era mais colorido, mais bonito.
E num final de tarde destes maravilhoso na Praia de Ipanema, com todas aquelas cores do por do sol a nos hipnotizar, mais uma vez tivemos que respirar fundo, nos espreguiçar lamentando ter que ir embora. E assim fizemos, recolhemos nossas coisas, levantamos e quando nos dirigíamos para a calçada de Ipanema, ainda na areia, encontramos o Menino do Rio Petit e amigos.
E nova rodinha se formou para mais um papinho gostoso de fim de praia de Ipanema. Conversa vai, conversa vem, de repente o Menino do Rio Petit se dirigindo a mim fala:
-Aí, o cara aí é principe, dirigindo o olhar pra um de seus amigos.
Na mesma hora respondi com ironia e rindo:
"Ah é? Prazer, também sou princesa".
O Menino do Rio Petit sério e com cara de contrariado insistiu:
"Pô, tô falando sério. O cara é principe mesmo".
E o cara nos olhava e não falava nada, se limitava a sorrir. E nós continuávamos a ironizar e assim nos despedimos, com o Menino do Rio Petit já demonstrando irritação…Muitos anos depois, quando se cogitava a volta da Monarquia, muitas entrevistas foram feitas com a família real e os possíveis sucessores do trono. Um deles foi apresentado como fotógrafo, surfista e frequentador do Pier de Ipanema: Dom Joãozinho ou Príncipe João Henrique de Orléans e Bragança, como foi chamado carinhosamente na reportagem. Na mesma hora lembrei do Menino do Rio Petit e sua indignação! Estivemos com um principe e não acreditamos e ele como um perfeito príncipe apenas nos olhava sorridente diante daquela situação embaraçosa…
Fiquei devendo desculpas ao Menino do Rio Petit e ao Dom João.