A invenção da cordinha arruinou o surf

A invenção da cordinha arruinou o surf

A entrevista que transcrevemos acima com Peter Cole, foi enviada pelo legend Zeca Proença em Dezembro de 2006.

Na opinião de Peter Cole, a invenção da cordinha "arruinou o surf" e muitos dos praticantes de tow in "mal sabem surfar". Pioneiro do North Shore nos anos 50, quando mudou-se da Califórnia para o Hawaii para dar aulas de Matemática e dropar as maiores ondas que pudesse encontrar, ele tem moral mais do que suficiente para fazer afirmações como estas: até hoje, aos 75 anos de idade, ele surfa Sunset 12 pés sem cordinha. E não pretende parar tão cedo.

Peter Cole, Sunset 2005
Peter Cole, Sunset 2005.

Quando você começou a surfar?

Nós começamos a surfar no Pier do Netty, que era um cara que alugava pranchas de remada. Buzzy Trent e Kit Horn foram os caras que nos incentivaram a surfar. Nós emprestávamos as pranchas de remada do Netty e íamos para a água. Não era surf de verdade - a gente só ia reto. No verão de 1945, começamos a surfar Malibu. Pegávamos carona até Malibu quase todos os dias. A primeira prancha que eu e Corny tivemos ficou no fim do Pier, bem no final da segunda Guerra Mundial. Era muito pesada, uma prancha de madeira balsa sólida - devia pesar uns 50 quilos. Nós arrastávamos a coisa praia abaixo e tentávamos surfar. Nós demoramos cerca de duas semanas para pegar uma onda, mais duas semanas embicando sem parar, e finalmente mais duas para ficar em pé. Foi quando Simmons (nota: Bob Simmons é considerado um dos maiores inovadores de pranchas de surf de todos os tempos, experimentando com materiais mais leves, rockers, concaves, quilhas, etc.) começou a fazer umas pranchas com madeira balsa no deck, não para leveza, mas sim para possibilitar a remada de joelhos. Eram shapes bons considerando-se que a época era 1940. Nós ficávamos amarradões se conseguíssemos quatro manobras até a praia! Nós virávamos bem devagar, e depois a espuma nos lançava de volta à parede - não conseguíamos virar sozinhos sem o empurrão da espuma.

E o gosto por ondas grandes, como surgiu?

Ah, eu não sei. Acredito que quando eu ainda tinha 9 ou 10 anos costumávamos pegar jacaré nos maiores dias em Santa Monica, e eu sempre me senti à vontade no oceano. Nunca fui bom em ondas pequenas, sendo alto e descordenado como sou, por isso eu sempre procurei ondas maiores.

Ao chegar ao North Shore, a vibração era amigável para um haole como você?

Ah sim, totalmente amigável. O crowd em Waikiki às vezes pentelhava um pouco, mas no geral a era um grupo muito amigável, especialmente os havaianos do campo - eles eram muito tranqüilos. A galera de Nanakuli e Makaha era demais. Minha primeira ida para o North Shore foi em 1958, com Chubby Mitchell e Kimo Hollinger e talvez Paul Gebauer...nós chegamos numa grande van que era do Chubby e nos conhecemos Buffalo Keaulana Henry Preece em Haleiwa. Só tinha uns 2 a 3 pés, mas a gente tava tomando uma cervejas e foi muito divertido. Buffalo estava no exército e vivia em Army Beach, perto de Haleiwa, e Henry era o "prefeito" de Haleiwa. Todo mundo conhecia Henry. Ele era o líder da cidade. Havia festa todos os finais de semana. Elas começavam na sexta-feira e iam até o domingo. No domingo havia gente dormindo por todos os cantos da praia, até nas pedras!

Peter Cole, Waimea 1967. Foto: Bud Browne
Peter Cole, Waimea 1967. Foto: Bud Browne.

Quando você começou a surfar no North Shore, você caiu de cara em ondas de 20 pés ou você demorou um pouco para surfar ondas maiores?

Acho que a gente foi direto para as ondas grandes. Eu não me lembro de ter medo das ondas grandes. Eu já havia surfado ondas grandes na Califórnia varias vezes, então não era como se eu nunca tivesse feito isso. Água quente ajuda muito também. Muita gente achava que o surf em Makaha Point era intimidador. Para mim, Makaha não era tão intimidador como Waimea grande, porque nas vacas você não ficava debaixo d'água por tanto tempo. Quando makaha estava grande, você é empurrado para o inside e fica fora da zona de impacto, enquanto que em Waimea você é empurrado para o fundo e às vezes fica duas ondas embaixo. Para mim o mais assustador sempre foi sentar no pico em Waimea e esperar pela série. Você começa a pegar uma maior que a outra até que aparece uma tão grande e sinistra que você amarela. Essas são as que eu me lembro mais - não as ondas que peguei, mas aquelas que eu não peguei. Elas eram muito feias e massivas. Eu sentia isso mais em Waimea do que em qualquer outro pico, como Himalayas, Avalanche e outside V-Land (ninguém chamava a onda de Phantom's ainda).
Acho que surfamos Waimea tão grande quanto qualquer pessoa já surfou o lugar. Hoje os caras estão falando de 50 ou 60 pés de face, e eu não sei de onde isso vem. É o mesmo tamanho que nós costumávamos chamar de 18 a 20 pés, com séries de 25. Você tinha que esperar por essas grandes, e Pat Curren era o melhor em fazer isso. Ele era muito paciente. Ele não estava lá fora para pegar varias ondas. Quando eu cheguei nas ilhas eu tinha "quantidade" na minha cabeça, mas quando eu fui ficando mais velho e comecei e ter melhores pranchas para Waimea, eu comecei a entrar nesse jogo de espera, e foi aí que eu comecei a surfar o pico melhor. Você talvez pegasse 4 ondas na sessão inteira, mas elas eram as maiores ondas. Simmons fez isso anos antes, e eu percebi que se você não esperar, não vai pegar as melhores ondas porque simplesmente esta fora de posição. E você também ficava com a prioridade, porque enquanto você esperava todos esses caras estavam pegando uma atrás da outra. Então quando a grande vinha, eles sabiam que era a minha vez e ninguém nem remava. Hoje em dia isso não acontece - mas naquela época cada um tinha sua vez!

Quem eram os caras mais impressionantes durante esses anos?

Tinham muitos caras bons: Buzzy Trent, George Downing, Wally Froiseth era muito bom em Makaha, Greg Noll botava pra baixo, Pat Curren, Al Nelson, Ricky Grigg, Paul Gebauer, Kimo Hollinger, Jose Angel, Fred van Dyke...os caras mais velhos com quem a gente andava - eles formavam um grupo diverso. Nos estaríamos no outside e Buzzy Trent - ele era muito carismático - começava a contar uma historia que não tinha nada a ver com surf e todo mundo parava de surfar para ouvir o que ele tinha para dizer. Então de repente ele parava de falar, remava como um louco para fora, pegava a onda, enquanto todo mundo era pego de surpresa no inside. Era clássico! Ele tinha sempre tinha grandes analogias: foi ele quem disse que "ondas grandes não são medidas em pés, mas sim em níveis de medo". Ele inventou o termo "gun" para pranchas de onda grande. Ele e George Downing tinham as guns mais avançadas no final dos anos 50. George fazia sua próprias pranchas, enquanto que Joe Quigg fazia as de Buzzy...eram guns muito boas, tão boas quanto as usadas hoje em dia, eu acredito. Pat Curren absorveu tudo isso muito rapidamente e começou a fazer guns muito boas também.

Haviam garotas no North Shore nessa época?

Não, não havia nenhuma garota. Aquilo só atraia os caras mesmo. Nos ficávamos totalmente entocados no inverno inteiro. Se você trouxesse uma garota da cidade pra surfar, ela teria que ficar 5 ou 6 horas esperando no carro, e por isso ela nunca mais sairia com você. Eu descobri que se você arruma uma garota inteligente que gosta de ler, ela fica na praia lendo um livro enquanto você surfa e ai é você ta na boa.

E sua esposa Sally: ela é bonita, inteligente e gosta da praia?

Sim, ela é perfeita.

Peter Cole e a esposa Sally. Foto: Rellsunn.com
Peter Cole e a esposa Sally. Foto: Rellsunn.com

As maiores ondas que você surfou foram em Waimea?

Sim, Waimea e umas duas em Makaha que eram bem grandes. Eu já surfei Avalanche e outside Backyards bem grande também, mas aduelas eram ondas mais fáceis. O maior mar que peguei mesmo foi em Waimea, e o segundo maior em outside Laniakea. Chuck Quinn e eu fomos para lá depois das aulas, e ninguém queria entrar no mar. Eles disseram que estava como uma máquina de lavar, mas parecia muito bom pra mim. Grande! Eu convenci Chuck a cair comigo, mas ele não conseguiu varar a arrebentação. Eu consegui e logo que cheguei no outside dropei uma da série. A onda começou a fechar então eu tentei sair, mas a minha prancha ficou. Ela acabou sendo arrastada pela correnteza até Himalayas. Eu saí do mar, peguei a prancha de Chuck e fui já na escuridão resgatar a minha gun. O Chuck tinha acabado de gastar uma pequena fortuna comprando essa prancha de Pat Curren e não estava contente. Então lá estava eu no mar procurando por minha prancha quando os bombeiros chegaram na praia - alguém os havia chamado e eles estavam lá pra me resgatar. Eu fui lá para fora. Eu sabia aonde havia avistado minha prancha pela última vez, mas no escuro não conseguia encontra-la. Virei e comecei a remar para a praia e de repente dei de cara com ela. Saí gritando e festejando - foi inacreditável! Eu fui arrastando a prancha de Chuck e remando na minha e quando cheguei na areia já estava completamente escuro e Chuck estava furioso. Mas valeu a pena, porque aquela foi uma onda muito grande, talvez tão grande quanto a maior que já peguei em Waimea. Era tão maior do que normalmente a gente surfa Laniakea, as ondas quebravam bem lá fora. Rick Grigg caímos num dia gigante em Makaha em '83. Nos éramos os únicos na água, e nos tomamos umas bombas na cabeça. Eu finalmente peguei uma onda que tinha pelo menos 20 pés. Mas foi em Waimea que eu peguei minhas maiores e mais memoráveis ondas.

Peter Cole, Sunset 1961. Foto: LeRoy Grannis
Peter Cole, Sunset 1961. Foto: LeRoy Grannis

Você já deve ter passado por momentos assustadores...

A primeira vez que eu surfei Waimea , eu vi essa linda onda quebrando, e eu estava no inside. Tudo estava em câmera lenta, eu estava hipnotizado olhando aquela coisa, não estava nem com medo. Eu apenas pensei "Deus que onda mais linda." Aí eu pensei, "eu tenho que sair daqui!" e eu mergulhei fundo demais. A onda me pegou e me empurrou mais ainda, até o fundo. Naquela época não havia lentes de contato então eu mantinha meus olhos abertos embaixo d'água para poder ver a hora de subir. Mas naquele dia eu fiquei embaixo por duas ondas. Mas aquilo nem me abalou porque eu era jovem , tinha um preparo físico excelente e estava relaxado. Esse é o segredo - eu estava relaxado. E em 1989 eu estava no inside com Mike Miller, quando peguei uma intermediaria. Logo apos o drop eu me desequilibrei e cai bem em cima da bolha. A onda me segurou lá embaixo ate o ponto que eu comecei e pensar "preciso subir logo", e quando eu cheguei quase na superfície, a próxima onda me empurrou lá para baixo novamente. Eu consegui chegar na superfície apenas para pegar um ar e a terceira já quebrou na minha cabeça. Isso era quando eu tinha 50 anos de idade, então eu não estava tão relaxado assim. Aquela vaca eu me lembro! Tive uma vaca em Sunset que perfurou meu tímpano. Era um swell oeste-noroeste. O horizonte parecia que estava dando voltas, eu estou mergulhando e subindo à superfície, mergulhando novamente e subindo, não sabia onde ficava o fundo e a superfície, fiquei completamente desorientado. Em todos esses anos nunca tive uma experiência que me marcou muito, mas essas duas vacas eu realmente não curti! Eu tenho que dizer, todavia, que hoje aos 75 anos eu sou bem conservador no mar. Eu amarelo direto. Muitas vezes eu remo numa onda e puxo o bico. Mas eu estou lá no outside, e a galera respeita isso.

Você é respeitado?

Oh sim, eu acho que sim, mas eu não estou pegando as ondas que eu merecia pegar! (risos). Eu me canso dos super instigados, os caras que usam leashes, sabe? A introdução do leash mudou o surf mais do que qualquer coisa. O leash me irrita mais do que tudo. Eu me recuso a usar leash! Criou essa coisa de "quantidade". Os caras dropam no rabo da onda, voltam pro outside, pegam outra, voltam e pegam mais uma. E eles sentam no inside, então quando uma serie aparece eles todos largam suas pranchas, ficando sempre no caminho. Se eles não tivessem um leash, não estariam sentados no inside! Muitos deles, se quebram a cordinha, precisam de ajuda para sair do mar! Eu acho que o leash arruinou o surf. Em Sunset, você não precisa de cordinha, e tem vários caras que não a usam para surfar lá: Michael Ho, Derrick Doerner, Brendan Shea e Guy Pere. Nos dias pré-leash, todo mundo sabia nadar, mergulhar e pegar jacaré. Se você conseguisse mergulhar 30 metros e segurar seu fôlego por 2 minutos o que é uma vaca de 20 segundos? Jose Angel nunca se preocupou com as vacas porque ele era um mergulhador de primeira. Buzzy Trent, Pat Curren, Ricky Grigg - todos ótimos mergulhadores e nadadores. A etiqueta no surf não melhorou durante os anos. Eu não sei nem mais se alguém sabe que a pessoa que fica em pe primeiro ou dropa mais no inside tem direito àquela onda. Eu não entendo esses caras. Eles não prestam atenção. Você os vê rabeando e estragando a onda dos outros. É triste. Na maioria das vezes são os piores surfistas ou os velhos longboarders. Normalmente, os melhores surfistas são os mais educados dentro d'água. Caras como Kelly Slater, Myles Padaca, Pancho Sullivan, Kalani Robb, David Cantrell, os irmãos Ho, e muitos dos australianos como Barton Lynch, Mark Richards, Gary Elkerton, Tony Ray, Ross Clarke-Jones - todos esses caras que são bons em Sunset são educados. Você nunca vai vê-los dropando no rabo..

Você já experimentou o tow in?

Ah não, eu sou muito descordenado. Sou completamente desajeitado for a d'água. Mas eu acho maneiro, acho que abre um novo horizonte para esses surfistas. Eles surfam ondas que nos nunca podíamos pegar. Temos que reconhecer, ninguém poderia remar em ondas como aquelas. Você não poderia nem pensar em sair remando num mar daqueles por causa da correnteza que enfrentaria. Agora, surfar ondas grandes é fácil, depois que você consegue completar o drop. O problema é só o drop. Remar, se posicionar e dropar. Os caras do tow in eliminaram a parte difícil. Muitos dos praticantes de tow in estão pegando ondas grandes, mas na verdade eles mal sabem surfar! E eu acho que está crowdeado demais. Muitos desses caras não estão qualificados para estarem lá for a nessas condições. Eu vi um vídeo de Jaws no ano passado e era uma piada! Tinha uns 100 jet skis na água! Não da para se concentrar no meio dessa bagunça. Para mim, surfar ondas grandes requer concentração. Você não quer um helicóptero sobrevoando ou um jet ski boiando ao seu lado. Quando eu vejo uma onda grande vindo em minha direção, me desligo de tudo. Me separo de tudo a minha volta e me concentro 100% em completar o drop. Agora existe uma situação que não requer mais isso. Em Waimea, com 70 ou 80 caras no outside, você não tem mais a habilidade de se concentrar e realmente se focar em pegar uma das grandes, ao menos que você queira ficar no inside e isso é perigoso.
A última vez que surfei Waimea foi em 1995, no dia de Ação de Graças. Eu tinha 65 anos de idade e o mar estava bem grande. O crowd me deixou desmotivado e eu não tive uma boa sessão. Naquele dia eu decidi que não surfaria Waimea mais.

Esquerda para direita: George Downing, Rabbit Kekai, Conrad Canha, Jamma Kekai (irmão do Rabbit), Peter Cole e Wally Froiseth. Makaha International Surfing Championships 1960. Foto: Clarence Maki
Esquerda para direita: George Downing, Rabbit Kekai, Conrad Canha, Jamma Kekai (irmão do Rabbit), Peter Cole e Wally Froiseth. Makaha International Surfing Championships 1960. Foto: Clarence Maki.

Hoje com 75 ano de idade, você ainda surfa Sunset no inverno?

Eu surfo em Sunset quando esta 10 a 12 pés, mas nem sempre eu me sinto bem, eu puxo o bico direto (risos). Mas se a onda é boa e eu estou no lugar certo, eu pego. Eu ainda pego uma outra de 10 pés. 10 pés havaianos. Mas ainda nos divertimos bastante no line up de Sunset, contando historias, rindo e tirando sarro da galera. A gente gosta de sacanear o (Ken) Bradshaw, porque ele tem aquela atitude de machão na água...como quando ele estava saindo com a Layne Beachley, a gente dizia "quando você vai surfar melhor que sua mulher?'. Mas ele leva numa boa.

Há outros caras com a sua idade surfando Sunset?

Acho que tem alguns surfando Chun's Reef. Ali'i Beach e Laniakea também tem uns caras velhos. Tinha muitos caras que mandavam bem na casa dos 50: Butchie Pereira, Bradshaw, Bill Sickler, Michael Ho, Bobby Owens.

Agora que você se aposentou, parece que você tem outras atividades for a o surf.

Eu sempre gostei muito de nadar. No verão, eu nado todos os dias e sou treinador de natação. Eu também pinto, adoro pintar com cores do oceano. (A sala de estar de Peter esta repleta de quadros feitos por ele, seu irmão Corny e seu filho, Peter). Também trabalho com a Surfrider Foundation no Hawaii, e isso toma bastante do meu tempo. Muitas reuniões para ir, mutirões de limpeza de praia, etc. Tivemos uma grande vitória recentemente, conseguimos evitar a construção de um shopping center em Shark's Cove. Também processamos a Obayashi Corporation (nota: por anos a Obayashi, uma empresa japonesa, planeja um enorme empreendimento imobiliário nas colinas do North Shore, de Pupukea a Sunset Beach) e demoramos 10 anos para conseguir uma vitória. Finalmente, a Obayashi vai tentar vender a terra. Larry McElheny e outros criaram uma fundação, a North Shore Land Community Trust, que vai angariar fundos e comprar a terra. Eles já conseguiram milhões de dólares e se conseguirem atingir seu objetivo isso será ótimo! Temos um grupo de pessoas lutando para evitar um crescimento desenfreado no North Shore e acredito que eles estão conseguindo. O único problema do North Shore agora é o transito.

Você já fez muitas surf trips?

Não, eu só viajei quando pagaram a minha parte. Eu fui para o Biarritz Surf Festival na Franca e o encontro do Greg Noll em Bali, que foi minha primeira surf trip com um bando de surfistas. Se eu fosse um garoto no Tour e tivesse que ouvir "conversas de surf" por mais uma noite eu iria ficar louco. Existe um limite no que eu consigo agüentar!

Nessa hora Peter olhou para fora de sua janela , avistou uma bela série quebrando em Rocky Lefts e comentou "Ta ficando bom, está terral!" Percebendo que era hora de sair do sofá e fazer uma pausa, de preferência no mar, fiz uma última pergunta, e consegui a resposta que esperava.

Já pensou em se mudar do North Shore?

Não, nunca. Nunca nem passou pela minha cabeça. As pessoas dizem que esse lugar vale tanto, mas eu não venderia por nada nesse mundo!

Zeca Proença

Zeca Proença

Zeca Proença